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Foto: Tarcísio de Paula |
Não li o conto do qual o espetáculo se inspira, porém, com relação a história, acredito que se a ideia do autor não for colocar o marido como "bonzinho" e "cuidador da esposa" deveria ter explorado melhor o papel de "vilão" do mesmo, que diagnosticou erroneamente a mulher como depressiva e a confinou sem motivo, pois, pela forma como a história é apresentada, têm se a impressão de que o marido estava apenas cumprindo seu papel de médico e a mulher realmente sofria de transtornos e necessitava de tratamentos. O fato do marido ser machista e não deixar a esposa trabalhar é evidente, entretanto, ainda fica o questionamento se aquela mulher realmente tem capacidade para trabalhar e até mesmo se relacionar com outras pessoas.
O enredo não segue uma narrativa, várias atrizes interpretam a mesma personagem o que contribui para gerar a ideia de psicose e transtorno mental. O marido não possui falas em toda a peça, apesar disso, o ator consegue transparecer a ideia de imponência, opressão e superioridade pois em suas cenas trabalha-se muito o uso do corpo.
O cenário do espetáculo é fixo, constituído por uma mesa e quatro cadeiras. A iluminação é muito explorada e é a responsável por criar um importante elemento cênico: o papel de parede.
Os atores iniciam a peça já em cena. Além disso, exploram o espaço do teatro além do palco, utilizando os corredores. Esse fato somado ao pequeno tamanho do teatro, gera uma aproximação maior com o público.
Data: 26/05 a 28/05 Hora: Sexta e sábado, às 20h I Domingo, às 19h
Local: Sesc Palladium
Teatro de Bolso