"Animação cultural" de Vilém Flusser

02:15


Foto por: Roberta Silvestre
Exposição Ciclo criar com o que temos CCBB/2015


Desde os primórdios da humanidade o homem utiliza-se de ferramentas para prática de diversas atividades. É notório que com o passar do tempo as ferramentas alcançaram papéis mais importantes do que meros artigos funcionais. O texto abre caminho para reflexão de que o homem passou a adotar uma relação mais íntima com as ferramentas, sendo essas não apenas instrumentos de trabalho mas sim instrumentos pelos quais é possível ao homem criar laços e executar funções numa espécie de relação simbiótica. Entretanto, o texto aponta uma possível Revolução Objetiva em que há uma quebra em tal relação, assim, os objetos assumem posição de dominação sobre o indivíduo, sendo os responsáveis até mesmo por ditar o seu comportamento. Se pensarmos que  a cultura é o fruto da relação homem-objeto, a dominação dos objetos sobre os homens contribui para que a humanidade perca sua identidade e memória pois não vive mais em função de si mesma.
Mas o que ocorre com essa relação se é do desejo do indivíduo tornar-se objeto? Em outra passagem do texto é citado o mito da criação do homem como um ser originário do barro com funções e propósitos bem definidos, conforme questionado pelo colega Lucas Lima seria do desejo do homem tornar-se ao mesmo tempo objeto e criador? A questão traz a reflexão sobre a necessidade do homem em criar, se seria esse o propósito de sua vida. Em contraponto, se seria a criação do mito uma forma de atribuir a vida objetividade, ou seja, sentido, função e pertencimento em oposição aos instintos naturais. Sendo assim, a relação do indivíduo com os objetos seria apenas uma forma de enaltecer sua superioridade sobre tais tendências naturais e a cultura entraria como expressão de tais instintos.


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