Roupa e Arquitetura

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A história nos diz que a roupa e a arquitetura surgem de necessidades básicas comuns como: proteção, conforto, abrigo e/ou distinção social. Além disso, a evolução e desenvolvimento de ambas está fortemente atrelada aos costumes e hierarquia de determinada sociedade. Entretanto, enquanto o vestuário preocupa-se em vestir o corpo compreendendo o indivíduo, a arquitetura preocupa-se em "vestir" o espaço, compreendendo a coletividade e trabalhando a espacialidade.  A roupa limita o corpo e a arquitetura limita o espaço ocupado pelo corpo.
Outra questão a ser analisada está relacionada ao ciclo de duração e uso. A roupa apresenta um ciclo menor de duração, ou seja, mudança rápida nas tendências, maiores possibilidades de troca e combinações de peças. Conservar e guardar uma peça de roupa por muitos anos é difícil, principalmente mantendo as características originais. Além disso, em sociedades em que o consumo é estimulado, a repetição prolongada de roupas e a renúncia a moda vigente não é algo visto como positivo. Em contraponto, a arquitetura apresenta um ciclo mais longo, rígido e até mesmo fixo. É possível encontrar construções muito antigas, não necessariamente atendendo o mesmo propósito original, em uso. Bem como, existem cidades tombadas como patrimônio histórico em que as construções originais devem ser conservadas e restauradas e novas construções devem seguir a base original. Ademais, por se tratar de algo coletivo a arquitetura parece depender muito mais do consenso, das demandas e relações estabelecidas pela sociedade e das inovações tecnológicas (materiais, concepção, ect.)  do que as roupas. 

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