Apropriação do espaço com o corpo

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Foto: Internet


Parkour

Parkour é um treino de transposição de obstáculos do ambiente, como escalar muros, equilibrar em corrimãos, ou saltar sobre vãos. Porém, mais do que isso, é a incessante busca pelo desenvolvimento da autonomia do corpo e mente sobre os desafios do cotidiano. Realiza-se através do trabalho de força, resistência, explosão muscular, equilíbrio, determinação, concentração, persistência, entre vários outros atributos físicos e mentais necessários para alcançar o potencial.
O Parkour não é um esporte, ou tampouco um esporte radical. Busca-se lidar com o próprio corpo sem a dependência de acessórios, construir um corpo forte e duradouro, sair da zona de conforto e  tornar-se melhor. Não é uma busca por riscos ou por adrenalina. Não há regras ou um juiz dizendo o que é certo ou errado, não há competidores fazendo você ganhar ou perder, é uma batalha interna entre o indivíduo e o ambiente, ou entre o indivíduo e ele mesmo. Apenas o indivíduo e o seu corpo ditam as regras. Uma atividade rica em experiências e valores para o desenvolvimento do ser humano em seu potencial.


Deriva

É um procedimento de estudo psicogeográfico – estudar as ações do ambiente urbano nas condições psíquicas e emocionais das pessoas.
 Partindo de um lugar qualquer e comum à pessoa ou grupo que se lança à deriva, deve-se rumar deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos. É sempre interessante construir um mapa do percurso traçado, esse mapa deve acompanhar anotações que irão indicar quais as motivações que construiu determinado traçado. É pensar por que motivo dobra-se à direita e não segue reto, por que para-se em tal praça e não em outra, quais as condições que levaram a descansar na margem esquerda e não na direita. Enfim, pensar que determinadas zonas psíquicas conduzem e trazem sentimentos agradáveis ou não.
Apesar de ser inúmeros os procedimentos de deriva, ela tem um fim único, transformar o urbanismo, a arquitetura e a cidade. Construir um espaço onde todos serão agentes construtores e a cidade será um total. A  deriva se define como um “comportamento ‘lúdico-construtivo’; ligada a uma percepção-concepção do espaço urbano enquanto labirinto: espaço a ‘decifrar’  e a descobrir pela experiência direta.”

Fonte:  reverbe.net

Flaneur

O termo flâneur vem do francês e tem o significado de "vagabundo", "vadio", " preguiçoso", que por 
sua vez vem do verbo francês flâner, que significa "para passear". Charles Baudelaire desenvolveu um significado para flâneur de "uma pessoa que anda pela cidade a fim de experimentá-la". Devido à duração da utilização e teorização por Baudelaire e inúmeros pensadores em termos econômicos, culturais, literários e históricos, a idéia do flâneur tem acumulado importante significado como uma referência para compreender fenômenos urbanos e a modernidade. Walter Benjamin descreve o flâneur como um produto da vida moderna e da Revolução Industrial, sem precedentes, um paralelo com o advento do turismo. Benjamin se tornou o seu próprio exemplo, observou o social e estético durante longas caminhadas por Paris.
A percepção do flanêur parece se dar diante daquilo que é transitório na cidade, mas ele não simplesmente lamenta-se a respeito da transitoriedade, ele se alimenta dela, ele formula uma espécie de abrigo no ventre da caótica urbanidade – bem entendido, caótica para os citadinos, não para os gerenciadores políticos da nova ordem social – tecendo uma narrativa dos atrativos da cidade, numa espécie de reconhecimento do apelo erótico das coisas e das pessoas no contexto dos desencontros modernos.

Fonte:  caroltsv

Rolezinhos

A gíria não é nova. “Dar um rolê” ou “dar um rolezinho” são expressões já comuns em vários espaços urbanos e expressam a prática de passear pela cidade, divertir-se. A diferença dos atuais rolezinhos é que eles estão sendo programados a partir de redes sociais, reunindo centenas (ou milhares) de jovens e dirigindo-se aos shoppings centers. Os rolezinhos começaram a ser chamados por MCs após surgir um projeto de lei na Câmara dos Vereadores de São Paulo que pretendia proibir a realização de bailes funk na cidade. O projeto foi vetado pelo prefeito Fernando Haddad, mas os rolezinhos não pararam por aí.
A maioria desses jovens vive nas periferias das cidades. Ao chegarem aos centros comerciais, eles passeiam pelos corredores e praças de alimentação, paqueram, tiram fotos, cantam e executam alguns “passinhos” utilizados nos bailes funk. Para alguns, os rolezinhos seriam uma forma de os jovens garantirem seu direito à cidade, subvertendo as imposições colocadas por autoridades públicas e empresas privadas, reutilizando esses locais de acordo com seus interesses. Tamanha reação em relação aos rolezinhos pode ser entendida também como uma profanação dos templos de consumo, ilhas de suposta segurança encravadas em uma sociedade extremamente violenta e desigual. Os participantes dos rolezinhos podem querer apenas consumir e se divertir. Entretanto, os administradores e utilizadores desses espaços não estão vendo com bons olhos a invasão dos templos pela camada da sociedade brasileira que teve um aumento de renda durante a década de 2000 e 2010, entrando maciçamente no mercado de consumo. Os rolezinhos são a expressão das contradições da sociedade brasileira em movimento, mas ainda sem solução à vista.

Fonte: brasilescola

Flash Mobs

Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através dos meios de comunicação social. Esse tipo de evento quando realizado de forma organizada é bastante impactante, podendo-se usar a dança, mas também muitas vezes se utiliza outros artifícios. Muitos são realizados em forma de protesto ou também para homenagear alguém ou alguma coisa.

Fonte: mundodadanca 

Skateboarding (Iain Borden)

 É um fenômeno urbano, os skatistas experimentam e compreendem a cidade através do seu esporte. Desconsiderando a autoridade e a convenção, os skatistas sugerem que a cidade não é apenas um lugar para trabalhar e fazer compras, mas um verdadeiro espaço de prazer, um lugar onde o corpo humano, as emoções e a energia podem ser expressos ao máximo. A enorme subcultura de skate que gira em torno de roupas e placas gráficas, música, gírias e movimentos fornece um recurso rico para explorar questões de gênero, raça, classe, sexualidade e a família. Conduz a uma crítica performativa da arquitetura, da cidade e do capitalismo.


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